Ecobag.
Nos primeiros meses em que as sacolas de tecido apareceram na mídia, (vou chamá-las de embornal) me trouxeram lembranças, daqueles embornais que foram usados no interior, lá nos anos idos do século passado. Os homens tinham os seus pendurados nas ancas dos cavalos,ali levavam de um tudo. As crianças iam para a escola com seu embornal atravessado nos ombros carregados de sonhos, cadernos, lápis e a merenda do recreio, Mas a lembrança mais bonita era a sacola de pano alvejado, feito de morim ou saco de algodão, com bico de crochê, as vezes franjas de macramê, e minha mãe me entregava para buscar mironga na padaria, todos os dias, entre as três e quatro da tarde.
Deixe voltar ao assunto da ecobag ou me perco em minha meninice.
Tempos depois, ouvi na TV, será que foi no Fantástico? Não me lembro. Mas falavam da importância do uso dos tais embornais, que levavam um nome divertido – ecobag – e a propósta é que substituiriam as sacolas plásticas dos supermerdos - seria uma sacola retornável. Que nós mulheres, deveríamos ter uma para ir ao supermercado, padaria, etc e tal.
Pensei com meus botões, isso não vai dar certo. Uma dose de feminismo aflorou. Por que a mulher devem usar as tais sacolas e não se falou que o homem também? Remoí os pensamentos mas depois achei que era perder energia com algo que não vingaria.
Meses se passaram e nova manchete sobre as tais sacolas, dessa vez era uma matéria estampada em jornal, no caderno do domingo, aquele voltado a dona de casa, que mostra tendências da moda. Lá estavam dois modelitos de sacolas. Desta vez algo havia mudado, eram desenhadas por uma estilista muito famosa que criou especialmente ecobags para a coleção de verão daquele ano.
Os embornais tinham perdido sua identidade, agora as ECOBAGs, vinham com impressões de animais em extinção, paisagens turísticas e claro a logo da empresa que as produziam no rodapé da sacola.
Entre tantas matérias uma delas foi demais. Uma jornalista entrevistava uma jovem senhora, formada em Meio Ambiente, que dizia fazer coleção de ECOBAG o que para meu espanto seu armário estava entupido. Eram guardadas por ordem de cor e tamanho, centenas e centenas de ECOBAG. A jornalista pecou em perder a oportunidade de perguntar o que ela fazia com as suas bag’s.
O que era para ser uma forma de contribuir para minimizar o uso exagerado do saco plástico havia se tornado uma tendência de comportamento.
Virou moda – ter uma ecobag é quase ter uma LV ou uma outro griffe famosa.
Mas a roda da vida gira e quando pensamos que estamos seguindo em frente estamos lá, no meio do círculo. E assim foi também comigo. Meu resgate do embornal, e como “ a primeira ecobag a gente nunca se esquece”. A minha primeira tinha sido um presente de uma amiga estampada com flores e depois comprei mais algumas. De objeto para solucionar ele me trouxe um novo problema. Ganhava o olhar atravessado do embalador e da moça do caixa do supermercado, pelo fato de recusar as sacolas plásticas.
- Por favor não coloque em saco plástico, coloque dentro das minhas sacolas, eu dizia.
-Oh! dona, não da certo, eles retrucavam. Se eu insistia eles davam de ombros e eu precisava ensinar como fazer.
Quando eu voltava ao supermercado já era apontada como a Dona das sacolas de pano. Decidi que deveria ensinar outras pessoas a usá-las e assim tenho feito.
Não inventei o método de usar a ecobag corretamente. Já é praticado em países europeus. Se você não leva sua sacola você precisa comprar as que irá utilizar. Se for de papel tem um valor, se você insistir em saco plástico é mais caro.
Aprendi, a usá-la de uma forma racional. Seja em tecido, lona ou banner.
Quando for as compras leve quantas sacolas você imaginar que precisa para embalar todas as compras.
Coloque-as no carrinho quando for escolher seus produtos. Depois que todos os produtos estiverem na esteira entregue ao embalador e peça que separe, produtos embalados não precisam ser colocados em sacos plásticos, de limpeza, higiene, beleza, laticínios. E mesmo os produtos embalados a vácuo podem ser colocados diretamente na sacola.
As ecobag são colocadas diretamente no carinho e você leva até o carro e acomode no porta malas.
Em casa após retirar as compras, pegue as sacolas – caso alguma tenha sujado ou molhado separe, lave e guarde novamente para a próxima compra.
Para quem faz a compra próximo de casa e vai a pé é ainda mais prático, visualmente é mais bonito carregar seus produtos em uma bolsa de pano do que desfilar como garota propaganda de supermercado e de graça.
Ou aprendemos a usá-las espontaneamente, ou forçosamente quando algum político com visão de protetor ambiental criar uma lei proibitiva do uso de saco plástico, e ainda pior, se passar a cobrar por unidade consumida.
.como diria um amigo alemão: - só é possível reeducar um adulto se mexermos em seu bolso”.
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